Botão voltar Entrevista de Lula para a CNN
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Boa noite, esta é a CNN ao vivo na TV e no YouTube. A CNN como vocês estão acompanhando realiza uma série de entrevistas com os seis principais candidatos à presidência da república.

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De todos eles o único que decidiu não participar foi o presidente Jair Bolsonaro que tenta a reeleição pelo PL. Diversos convites foram feitos ao candidato e a coordenação da campanha sem nenhuma resposta até aqui.

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O prazo limite pra confirmação ou solicitação de nova data se encerrou às oito horas da noite de hoje agora.

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Lamentamos a ausência de Bolsonaro porquê entendemos que estamos cumprindo nosso papel, nossa missão de informar ao público da CNN quais são as propostas dos candidatos para os desafios do Brasil nos próximos quatro anos.

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Lembrando a vocês já conversamos com o Ciro Gomes, Simone Tebet, Luiz Felipe Dávila e Soraia Troniki. Hoje vamos receber o candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva. Nós preparamos como fizemos com os outros candidatos também um breve resumo. Coisa bem curta do candidato. Vamos conferir.

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Nascido em Caetés, Pernambuco, Lula é o sétimo filho de uma família de oito irmãos. Quando tinha apenas sete anos, migrou com a família para São Paulo. Aos catorze anos fez o curso técnico de torneiro mecânico, ganhou projeção nacional pela atuação como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo

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Em mil novecentos e oitenta surgiu o PT do qual Lula foi o primeiro presidente.

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Em mil novecentos e oitenta e dois disputa sua primeira eleição para o governo de São Paulo. Foi candidato derrotado a presidência em mil novecentos e oitenta e nove, mil novecentos e noventa e quatro e mil novecentos e noventa e oito. Conseguiu a vitória em dois mil e dois.

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Apesar dos escândalos de corrupção de seu primeiro mandato em dois mil e seis consegue a reeleição e em dois mil e dez elege sua sucessora Dilma Rousseff.

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Em dois mil e dezoito o Lula foi preso após ser condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Isso o impediu de disputar as eleições daquele ano. Ele ficou detido por quinhentos e oitenta dias. Em abril de dois mil e vinte e um teve todas as condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal

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O que o tornou novamente elegível. Aos setenta e seis anos Lula está de volta à corrida pelo Palácio do Planalto pela sexta vez. Vamos então a entrevista. Muito obrigado pela sua participação pela sua presença aqui no nosso estúdio. Boa noite. Boa noite Willian. Um prazer.

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Hoje o senhor não pôde comparecer a posse da nova presidente do STF. Sabemos porque o senhor está aqui. O senhor caso o senhor vença as eleições. Assume no ano que vem com o STF num papel inédito.

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De protagonista político. E ao longo da sua enorme carreira política o senhor tem repetido que aprendeu a lidar com a política mas não com o judiciário. Que que o senhor vai fazer com o STF? Ora o problema William que no Brasil nós temos uma certa anormalidade hoje. Porque tem hora que o poder

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Eh legislativo se mete em ser Poder Judiciário se metem sem poder executivo. O poder executivo afronta o legislativo e afronta o judiciário e às vezes o poder judiciário se comporta fazendo política.

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Eu acho que se nós voltarmos à normalidade, ou seja, cada um cumprir com a sua função, o governo governa, o poder legislativo legisla e o poder judiciário cumpre o papel de ser o garantidor da nossa constituição, eu acho que as coisas voltam tranquilamente à normalidade.

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Eu tive o prazer de indicar seis membros para a Suprema Corte. O senhor se arrependeu de alguma coisa? Não me arrepender nenhum. Não me arrependo porque eu nunca indiquei alguém pra sofrer um acordo pra depender de favor deles. Eu indiquei pelo currículo, pela competência das pessoas e ele foi referendado pelo Senado.

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Portanto eu não arrependo acho que eles fizeram coisas extraordinária aprovaram Raposa Serra do Sol, aprovaram a união civil, aprovaram as cotas, aprovaram célula-tronco, ou seja, coisas muito importantes que pareciam difíceis foram aprovados na sua própria carreira política recente teve pendurada numa decisão do STF foi por culpa dela que o senhor

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Pra cadeia e foi por culpa de outra decisão do STF que o senhor está podendo participar da da da eleição agora. Que que o senhor faria diferente? O impeachment de ministros do STF por exemplo estaria na sua agenda? Deixa eu te contar uma história fantástica. Eu sou pela primeira vez na história do Brasil

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Eu sou o culpado de ser inocente. É fantástico porque eu disse o tempo inteiro que tinha um juiz mentindo. Eu disse o tempo inteiro que tinha um grupo tarefa do ministério público que é grave, que induziram a sociedade brasileira e induzir a imprensa brasileira

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A vender as mentiras que eles contavam como se fossem verdade. Eu tive que provar na justiça a minha inocência e provar a culpa deles. Porque fomos nós que provamos toda maracutaia e falcatrua que foram feito. Pois bem eu acho eu tive juiz da suprema corte que evitou que eu fosse ministro.

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Né? Que tomou a decisão. O ministro chefe da casa no caso da governo Dilma. E ao mesmo tempo essa gente eh depois me absolveu. Ou seja o o que que eu vou fazer a não ser a gente dizer que a gente acredita que nós precisamos continuar acreditando na justiça.

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Porque se nós pararmos de acreditar na justiça nós precisamos saber que tem alguma coisa que não está funcionando no Brasil. Eu vou voltar evidentemente a esses pontos que o senhor acabou de mencionar. Mas há uma pergunta que a sua resposta suscita imediatamente um pouco mais abrangente que é a judicialização da política. A política está completamente judicializada.

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Agora imagine o senhor, o senhor vence a eleição, assume no ano que vem, como é que o senhor vai lidar com a judicialização da política do jeito que ela está? É, primeiro é culpa da classe política de judicializar a política, ou seja, qualquer coisinha recorre a suprema corte.

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E aí nós temos um problema que foi a eleição da Dilma de dois mil e quatorze quando o candidato que ela derrotou não quis aceitar o resultado. Foi a primeira vez. Eu perdi três eleições, eu perdi uma pro Collor, eu perdi duas pro Fernando Henrique

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Cardoso e eu voltava pra casa pra me preparar pra outra eleição. O Aécio não. O Aécio afrontou a vitória da Dilma, entrou com recursos na justiça e é responsável pelo clima de animosidade que está criado hoje nesse país.

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Ou seja, por quê? Porque numa eleição você disputa, você perde ou você ganha. E eu acho que quando eu falo que nós temos que votar a normalidade é porque cada um tem que cumprir com a sua função. Se o poder legislativo legislar

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Se o Poder Executivo sabe governar e se o judiciário sabe se emprestar a a a ser o garantidor da nossa constituição a gente vai viver em harmonia como viveu no meu governo, como viveu no governo Fernando Henrique Cardoso, como veio no outro governo. Deixa eu fazer ele um contraponto aqui nesse nesse momento da nossa conversa.

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Quem ganhou quatro eleições seguidas ali foi o seu partido. Quem tinha a caneta ali nós estamos falando até dois mil e catorze. Pra gerar um clima assim ou assado era o seu partido. O senhor está atribuindo

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Um é essencial mudança de clima político ou alguém que tinha o direito de pedir a contagem de votos. As coisas começaram a mudar depois de dois mil e quatorze e depois do golpe que deram contra a Dilma Rousseff.

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Até então a gente vivia numa normalidade. Você nunca tentou derrubar um presidente em lugar nenhum do mundo porque ele não estava bem na pesquisa? Nunca. Ou seja, o que aconteceu é que inventaram uma pedalada, trocaram a pedalada pela motocieta.

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Sabe tirar a Dilma para construir a ponte para o futuro e desmontar as coisas que vinha acontecendo nesse país. O país vivia no acesso à normalidade. A gente não tinha dificuldade de relacionamento com os partidos políticos. Não tivemos e Fernando Henrique Cardoso não teve, o Sarney não teve, ou seja, isso começou

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Sabe depois de dois mil e quatorze, depois de dois mil e quinze quando o companheiro Aécio Neves não aceitou o resultado das eleições e instigou.

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Sabe? Porque Eduardo Cunha se comportasse do jeito que se comportou a Dilma tentava mandar alguma coisa pro Congresso ou seja ele colocava dez outras coisas diferentes pra ser votada não permitiu que a Dilma inclusive mudasse quando ela tentou mudar em dois mil e quinze a questão

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a a da economia e não permitiu que fosse votado nada. Então eu acho que houve vários fatores que permitiram que o Brasil entrasse nesse clima de nervosismo. A negação da a negação da política, a destruição da política permitiu que surgisse um Bolsonaro como permitiu na Alemanha que surgisse um Hitler como permi

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Na Itália que surgisse o Mussolino. Toda vez que você nega a política o que vem depois dela é muito pior. O que o senhor chama de golpe que foi a destituição da presidente Dilma Rousseff? Ocorreu dentro das leis e da constituição brasileira. É possível do ponto de vista histórico chegar a interpretação que o senhor faz. Do ponto de vista jurídico não.

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A outra colocação que o senhor faz a respeito de quem são os responsáveis pelo clima atual a gente pode de novo do ponto de vista histórico debater e debater durante o longo tempo. Mas eu queria voltar um ponto que o senhor mencionou.

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A respeito dos instrumentos que quando o senhor se referiu aos acontecimentos de corrupção no seu governo, imediatamente o senhor abordou o que tem sido sua recorrente argumentação. Mostrando todos os instrumentos que levaram a descoberta eh de um esquema de corrupção inédito.

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Quem foi o culpado? Mas eu lhe digo uma coisa, o culpado à vontade que criamos todos os mecanismos para que nada ficasse embaixo do tapete. Descobriu-se quem tem dois jeito pra você não ter corrupção. Uma é você fazer decreto sabe? Criando sigilo dos ceanos como está sendo feito

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Agora. A outra coisa é você jogar tudo embaixo do tapete e não levantar. O que que nós fizemos? Você está lembrado que nós transformamos a CGU em ministério e o ministério atuava em cada ministro de que nós fizemos com que o CAD funcionasse, o COAF funcionasse, ou seja,

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a Polícia Federal nós dobramos o número de funcionários, investimos na inteligência, o Ministério Público tinha total liberdade, ou seja, nós criamos todas as condições e você está lembrado de um discurso meu em dois mil e cinco. Só existe um jeito de você não ser investigado nesse país, é você não cometer isso. Então nós escancaramos

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Ah o Portal da Transparência, a lei de acesso à informação, ou seja, você acompanhava o governo, sabe? Minuto a minuto, coisa que tudo acabou.

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Coisa que acabou. Hoje não se investiga, hoje o o ministro da saúde monta uma quadrilha pra roubar na vacina e você transforma aquilo no sentido de cem anos. Hoje você vê o presidente não explicar pra sociedade porque que ele gastou vinte e seis milhões pra comprar cinquenta e um imóveis pagando o dinheiro no meu tempo.

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Nada ficava sem investigar. O senhor foi e assim será. O senhor tem uma explicação a oferecer ao eleitorado sobre o que aconteceu, quem foi o culpado de tudo aquilo? Olha eu acho que o culpado foi quem meteu as mãos manter os pés pelas mãos. Ou seja, quando você governa um país do tamanho do Brasil.

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Sabe um país que tem milhares de funcionários sabe? Dezenas de ministério e alguém comete o ilícito o que que você tem que fazer? Apurar. Apurou, puniu.

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Se a pessoa for inocente, a pessoa é absolvida, essa pessoa foi culpada, a pessoa paga. É assim que funciona. Eu eu te dou um exemplo mais forte, ou seja, quando houve corrupção, sabe na Coréia? O que que eles fizeram na Samsung? Prenderam o dono da empresa, mas a empresa continuou funcionando.

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Quando aconteceu na Volkswagen na Alemanha o que que eles fizeram? Prenderam os donos da empresa mas o trabalhador continuou trabalhando. Quando eles fizeram na França a mesma coisa aqui no Brasil eles tentaram destruir as empresas. Quem pagou o preço foram os trabalhadores brasileiros porque você sabe que a Lava Jato ela causou

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Quatro milhões e quatro mil postos de trabalho fechado nesse país. Ela destruiu um setor de engenharia, ela destruiu o setor de óleo e gás neste país. Que nós precisamos reconstruir com o mesmo discurso. O mesmo discurso. Só

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Haverá possibilidade de você não ser investigado se você não cometer ilícitos. Se você cometer você vai ser investigado você vai ter o direito da presunção de inocência mas se você cometeu erro você paga pelo preço. Qualquer que tenha sido o erro cometido pela Lava Jato.

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Ela em boa medida lavou a alma do brasileiro. Ela levou poderosos à cadeia. Ela descobriu e enunciou esquemas de corrupção inéditos no seu alcance e na sua profundidade e na sua ramificação. Isso ocorreu no seu período ou no período do seu partido.

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Agora a pergunta é a seguinte parece razoavelmente provado que boa parte da capacidade de competição dessas empresas por exemplo as empreiteiras se dava por serem beneficiadas por um esquema de corrupção

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até essas empresa, essas empresas se você tem uma empresa que tem um processo de corrupção o que que você vai? Se você anula aquele contrato faz uma nova licitação e a empresa continua funcionando e você prenda aquele que fez. O que você não pode é levantar suspeita sobre todo mundo e é importante dizer pra você

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Que quase todo mundo foi condenado, foi solto e saiu com muito dinheiro. Porque a delação premiada fez com que muita gente ficasse rico. Ora, o que eu posso te dizer é o seguinte.

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sabe? O processo de investigação poderia ter sido mais sério se o juiz não fosse o pilantra que foi se não transformasse a Lava Jato numa questão política. Pra me proibir de ser candidato a Presidente da República pra tentar me condenar o tempo inteiro o tempo inteiro. Eu tive trezentos e cinquenta e oito

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Ou seja, a a pessoas que prestaram depoimento eu tive vinte e seis processos, foi foram todo eu fui absolvido em todos, fui absolvido pela suprema corte, fui absolvido na ONU, na primeira e na segunda instância, ou seja, eu sou um cidadão livre, embora

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Pelo fato das pessoas terem passado cinco anos acreditando na mentira as pessoas não querem reconhecer. Então eu estou muito tranquilo e que nós vamos continuar combatendo a corrupção. Nós vamos continuar dizendo pras pessoas que esse país não comporta efetivamente que a pessoa cometa crime que não seja punido.

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Isso você pode ter certeza que a gente vai escancarar.

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A lei de acesso à informação vai continuar funcionando pra que cada cidadão brasileiro saiba até a cor do papel higiênico do banheiro do presidente. Para que qualquer cidadão acompanhe sabe? Em tempo real.

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Cada centavo que é gasto nesse país. E se alguém cometer um erro, essa pessoa vai ser investigada, vai ser julgada, pode ser punida ou pode ser absolvida. É assim que funciona a democracia e assim que vai acontecer daqui pra frente. Logo no seu primeiro mandato o senhor teve de enfrentar a questão do mensalão.

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Naquela ocasião o senhor forneceu várias respostas pro problema da corrupção. E ao longo da sua carreira como presidente mais tarde eh já sob a Dilma eh o senhor foi alterando passo a passo a sua maneira de explicar o que estava acontecendo. O senhor chegou a se referir a uma pessoa traída

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O senhor chegou a dizer isso? Eu disse em dois mil e cinco. Pois foi. Eu disse o senhor chegou a dizer que não sabia de muita coisa do que estava acontecendo. Qual é hoje a sua versão pra o que aconteceu? Veja a minha versão.

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É que algum algum diretor da Petrobras que reconheceu que roubou pagou o preço.

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Tá? Eu não posso dizer que não houve corrupção se as pessoas delataram se o Sérgio Cabral no Rio de Janeiro reconheceu que fez o o o erro que ele fez. Se outros denunciaram sabe de que receberam favor de que de empresa essa gente cumpriu uma pena.

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O que eu acho grave é que essas pessoas foram beneficiada por uma delação premiada na qual o objetivo era tentar me culpar. Sabe então veja meu caro eu eu acho que não há espaço para que as pessoas pratiquem corrupção nesse país.

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Eu acho que não há espaço para um diretor de uma empresa praticar corrupção. Se praticar e for descoberto ele vai investigar.

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Muita gente fala, ah mas você indicou o diretor. O presidente da república não indica diretor. Quem indica diretor é o conselho da Petrobras. E veja que engraçado essas pessoas tinham trinta anos, trinta e cinco anos de Petrobras

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Quando eles forem indicado ninguém denunciou. O sindicato não denunciou. A imprensa não não denunciou. O o o o Ministério Público não denunciou. A polícia federal não denunciou. Ou seja, porque na verdade a corrupção ela só aparece ou quando alguém denuncia

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Ou quando a pessoa permite que seja descoberto. Ou quando você não investiga. No nosso caso qualquer denúncia que apareceu a gente foi pra cima pra investigar. O senhor tem uma longa trajetória política e uma grande sabedoria popular

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E o senhor traduz em frases políticas. Talvez a mais famosa em relação ao contexto que o senhor acabou de abordar foi de um ex-presidente da Câmara dos Deputados que dizia assim, eu quero uma diretoria na Petrobras, mas eu quero uma diretoria que fura poço. Nós temos uma tradição

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De partidos políticos loteando entre si cargos em estatais e autarquias e órgãos federais. Isto faz parte da história do Brasil. Fez parte da sua história.

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de novo de novo na mesma situação e da sua história se você for presidente da república. Não, eu não tenho uma coisa. Desculpe, desculpe minha falta de cortesia, pelo amor de Deus, eu não quero aqui parecer agressivo, nem nem interrompi-los

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Eu só só gostaria de pontuar o seguinte. Sim

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houve locamento político nas diretorias da Petrobras. O senhor não sabia disso? Deixa eu lhe falar uma coisa, deixa eu lhe falar uma coisa. Ah ah acontece na democracia de qualquer país do mundo. Quando você ganha uma eleição você faz uma oncomposição pra ganhar as eleições. Eu por exemplo agora tenho dez partidos pequenos que fazem composição

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Comigo. Se a gente ganhar as eleições esses partidos irão participar do governo. Eles terão o direito de indicar aqui como indicaram na Alemanha, como indicaram nos Estados Unidos, como indicaram na França. Isso faz parte da democracia. O que não tem sentido é você ganhar as eleições e o teu adversário indicar.

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Então essas pessoas indicam essas pessoas e cada pessoa que é indicada ele é eh eleito pelo pelo pelo pelo pelo conselho dessas empresas. Então meu caro você não tem como fazer a não ser assim. Você não tem. Como é que você escolhe um ministro da suprema corte? Como é que você escolhe o diretor da polícia federal?

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Como é que você escolhe um procurador geral da república? Como é que você indica o diretor pro conselho da Petrobras e pro conselho de outra empresa? É indicação das pessoas. Sabe? Que participaram do teu processo. Essa pessoa passa por uma investigação no gabinete civil da presidência da república. E o gabinete da presidência da república diz o seguinte. Olha

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Essa pessoa não tem nada contraria a ela. Essa pessoa pode ser indicada. Aí você indica sabe? E essas pessoas vejam os que eu indiquei na Petrobras eram pessoas com mais de trinta anos de concursado na Petrobras. Não era corpo estranho.

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Eram pessoas sabe que pertenciam a partidos políticos como muitos de hoje pertencem mas que eram concursados e trabalhavam na empresa há muito e muito tempo antes do Lula criar o PT até. Vai ser assim a vida inteira William. Não tem como ser diferente.

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O senhor está descrevendo como se faz a política. A política como realmente ela é. Agora supondo que o senhor vença a eleição. O senhor assume agora no começo de dois mil e vinte e três numa situação muito diferente daquela que o senhor enfrentou vinte anos atrás no seu primeiro mandato em termos de governabilidade.

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Um exemplo que talvez seja bom pra fazer o nosso público pensar é a capacidade que o legislativo desenvolveu de alocar recursos via orçamento público. É um poder, é uma ferramenta de poder que não existiu vinte anos atrás.

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Quando o senhor pela primeira vez oculpou o Palácio do Planalto. Isso significa que o presidente da república é muito mais vulnerável, frágil e suscetível a manobras de partidos políticos. O que era quando o senhor foi presidente pela primeira vez. Como é que o senhor pretende lidar com essa situação? O que aconteceu hoje

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No parlamento brasileiro é pela fragilidade do presidente da república. O presidente da república ele foi cotado. Pelo parlamento ele entregou um orçamento ao parlamento. O orçamento é do governo.

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O governo manda a LDO no mês de agosto ela ser aprovada o governo tem que executar. Olha mas o que acontece é que o governo está tão fraco

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que o Congresso se apoderou e hoje o Congresso tem mais poder de investimento do que o presidente da república. Sim, a descrição que o senhor é muito grave. Como é que o senhor vai lidar com isso? Veja, eu espero que durante o processo eleitoral a gente eleja uma bancada bem

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Mais arrumada do que a que temos hoje, bem mais comprometida com os interesses do povo de Queiroz hoje e nós vamos ter que conversar. Política é a arte de conversar, você vai ter que conversar e vai dizer que não pode ter orçamento secreto.

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Você vai dizer que não pode ter orçamento decreto que você não vai permitir sabe que o Congresso possa ser o dono do orçamento quando tem que ser o Poder Executivo.

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Então o congresso vota o orçamento mas quem executa é o presidente da república. Então isso vai ter que ser conversa durante o processo eleitoral nós estamos trabalhando a ideia de se eleger muitos deputados, muitos senadores para que a gente não precise ser refém da forma que estão sendo refém.

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Isso vale pra mim e vale pra qualquer pessoa que ganhar. Eu sei que tem gente que vem aqui fazer entrevista com você e faz uma barbata. Não, porque eu faço isso eu faço aquilo. Não faz. Não faz. Ou seja, você tem que conversar. E você conversa com quem for eleito. Você não conversa com quem ficou suplente.

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Você não conversa com quem perdeu as eleições. Você conversa com quem está na cadeira eleito como deputado ou eleito como senador goste ou não goste. Você conversa com as pessoas que tem poder de decisão. E você tem que montar uma equipe capaz de virar o jogo.

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Quando eu fui procurar o companheiro pra ser meu vice sabe? Era porque eu sabia da necessidade que a gente vai ter de fazer muita articulação em Brasília pra gente tentar mudar sabe? O fato do presidente da república ser refém do Congresso Nacional. Refém do Congresso Nacional é pior ainda

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Nunca se viu o Congresso Nacional com o tipo de ferramenta de poder que tem hoje. Isso implica ao senhor como articulador político montar uma coligação muito maior que a senhora acabou de anunciar de dez pequenos partidos. Como é que o senhor vai montar essa coligação? Olha está montada a coligação.

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Nós vamos primeiro temos que ganhar as eleições. Depois vamos ter que montar o governo antes de assumir.

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Nós temos que entregar o governo antes de assumir. Nós vamos escolher os ministérios, as pessoas que tem competência. Eu vou te dar um exemplo. Oh William. E quando eu ganho as eleições de dois mil e três, só pra você ter ideia. Eu levei o Furlan que eu nem conhecia. Eu não tinha amizade com Furlan. Eu levei o Roberto Rodrigo pra agricultura que eu nem conhecia.

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Eu levei o Miguel Jorge sabe que eu tinha pouca avisada era da Autolatina. O Márcio Thomas Bastos não era do PT o Celso Amorim não era do PT eu levei o o o companheiro Valfrido dos Maresia pra ser ministro do turismo sabe que eu não tinha nenhuma relação com ele.

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Olha porque na hora de você montar o governo você vai pegar pessoas que estão capacitadas capacitadas e pessoas que tem representatividade. O que que eu tenho hoje de diferente? Eu tenho muita experiência. Eu fui um governo

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sabe? Que conseguiu fazer as coisas que aconteceu nesse país que há muito tempo não acontecia. A razão pela qual eu estou candidato hoje é porque eu tenho certeza que é possível a gente recuperar a economia desse país. É possível a gente voltar a gerar emprego. É possível a gente voltar aumentar o salário mínimo. É possível a gente

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Voltar a garantir que as pessoas pode ir pra universidade, que as pessoas podem ir pra escola técnica. É preciso garantir que a sociedade brasileira vai voltar a comer três vezes ao dia. Eu tenho certeza

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Que eu vou garantir se tenho dito isso olhando na cara das pessoas. O povo vai voltar a comer, o salário mínimo vai voltar a aumentar, os pobres vão continuar entrando na universidade.

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Porque é esse país nós já construímos uma vez. Nós tiramos trinta e seis milhões de pessoas da miséria e levamos quarenta e dois milhões de de de pessoas ao poder de consumo de classe média baixa. É por isso que a economia estourou. Sabe? No nosso governo. É por isso que o país cresceu. É por isso que eu deixei a presidência crescendo sete e meio por cento sabe? O PI

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e no varejo crescendo treze por cento. É ótimo o senhor ter introduzido o assunto a economia porque está bem grande pauta evidentemente que nós íamos abordar isso. Mas veja só responda a nossa conversa quanta coisa nova a gente assinalou que vão lhe tornar a vida mais difícil. O STF um super protagonista.

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Legislativo partiu pra cima do presidente, ele tirou grande parte dos poderes. Agora o ponto que eu gostaria de abordar nesses vinte anos quebrou um contrato social brasileiro. Contrato social brasileiro foi vamos construir um estado de bem-estar social.

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Pra isso nós temos que promover gastos públicos e nós quebramos. Nós não conseguimos montar um estado de bem-estar social ao longo desses vinte anos. O que o senhor pretende por exemplo e tem trazido a público em termos de programas de transferência de renda, valorização do salário mínimo

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De onde o senhor vai buscar? Não, não fale isso comigo não. Porque sumiu de candidato, que está falando com você. Quando ganhou as eleições de dois mil e três, a inflação estava doze por cento. A gente devia pro FMI e a e o desemprego estava doze por cento.

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Muita gente na sociedade dizia que o Lula não ia poder consertar o Brasil, que o Brasil ia quebrar. Nós tínhamos uma dívida pública de sessenta ponto cinco por cento. O que que aconteceu nesse país? Nesse período não aconteceu que a gente reduziu a dívida pública de sessenta ponto cinco pra trinta e sete.

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O candidato quer dizer o que aconteceu é que a gente pagou a dívida do FMI e fizemos pela primeira vez uma reserva que até hoje é o que dá garantia a economia brasileira. Nós conseguimos aumentar o salário mínimo em setenta e quatro por cento

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Nós fizemos com que os mais pobres tivessem oitenta e quatro por cento de aumento sabe? A massa salário dos mais pobres e os mais ricos só vinte por cento. E nós conseguimos fazer com que ainda emprestasse um dinheiro pro FMI.

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E fizesse uma economia voltar a crescer e mais importante o Brasil criou um protagonismo internacional que era o momento em que a gente recebia mais investimento direto no Brasil. Ora, pra gente consertar o Brasil agora, eu digo que tem seis ingrediente. Como você gosta de discutir economia?

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Nós vamos dizer primeiro que tem uma coisa chave que é o seguinte, credibilidade.

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O cidadão que está presidindo o país tem que ter credibilidade pra que quando ele falar as pessoas entendam que ali tem seriedade. A segunda coisa que você tem que garantir é estabilidade. As pessoas tem que ter estabilidade tem que ter garantia jurídica. E a terceira coisa é previsibilidade ou seja a economia não existe mágica.

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Não tem como você anunciar a mágica da economia. A economia é um processo em construção que você vai ganhando espaço. Hoje nós temos uma crise mundial.

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A economia está crescendo menos, está muito mais estagnada. O Brasil cresce muito pouco e o fato do Brasil crescer muito pouco e os presidentes fazer muita dívida, vai ser um problema. Eu sei que é um problema.

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Mas é esse o problema que eu quero resolver. Porque eu quero provar que é possível outra vez a gente garantir que as pessoas mais humildes vive bem e que a economia do brasileiro cresça. E pra isso nós temos que fazer investimento. Fazer investimento como? Veja primeiro a primeira coisa que eu quero fazer no mês de janeiro é fazer uma reunião com os governadores do estado.

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Os vinte e sete governadores independente a que partido eles pertençam. Quero fazer um levantamento dos três principais projeto de infraestrutura de cada governo do estado. Quero fazer o levantamento de todas as obras do PAC que já estão sabe?

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Pronta pra ser trabalhada. Quero retomar o Minha Casa Minha Vida para que a gente possa fazer a economia voltar a funcionar. Deixa eu te contar separar um pouquinho os assuntos que são eu não esqueço nunca um dia quando eu resolvi fazer uma coisa chamada financiamento do puxadinho.

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Isso na área econômica é um desastre. Um metalúrgico falando que era preciso financiar o puxadinho. E nós abrimos uma linha de crédito na Caixa Econômica Federal para financiar o cara que quisesse fazer um banheiro a mais, o cara que quisesse fazer uma garagem, o cara quisesse fazer um corda mais.

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Isso bombou e começou a surgir nesse país muitas fábricas de cimento por conta do puxadinho. Então a economia não tem mágica cara nós vamos ter que colocar sabe?

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Crédito pra essas pessoas vamos ter que fazer muito crédito o BNDES vai voltar a ser um banco de investimento. O Banco do Brasil vai voltar a cuidar não só da agricultura mas do micro e pequeno empreendedor. A Caixa Econômica vai voltar a financiar habitação e saneamento básico pra esse país. E nós vamos fazer economia voltar a crescer. E eu quero que você

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Depois de um ano de governo

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Me convido pra vim dar uma entrevista pra ver como é que está a economia. Está bem está feito o convite já assumindo na hipótese que o senhor seja o vencedor da eleição é sempre colocar isso antes. Deixa eu pegar alguns dos pontos que o senhor levantou.

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Quando eu falo de contrato social, eu falo da capacidade que a nossa sociedade tem de sustentar o que ela acha que as pessoas merecem e as pessoas estão merecendo e necessitando de muita ajuda.

00:31:17

O senhor descreve uma situação e o senhor descreveu me parece em palavras adequadas quando o senhor aborda o dilema no qual o senhor por hipótese sendo vencedor das eleições estará no meio dele em janeiro.

00:31:30

Que é o seguinte, o senhor mesmo se referiu, a economia crescendo menos, ao mesmo tempo o senhor precisa gastar mais, o senhor precisará de uma política monetária contra acionista, senão o senhor terá inflação. E o senhor terá uma política fiscal expansionista, porque o senhor precisa

00:31:48

Garantir as pessoas a ajuda emergencial que o senhor vem prometendo na sua campanha. Como? Você precisa gerar empregos. É isso que você precisa. É por isso que nós vamos fazer investimento para que a economia volte a funcionar gerando emprego. As pessoas não querem viver de benefício o tempo inteiro do governo.

00:32:07

As pessoas querem trabalhar, o que dá orgulho no ser humano, na mulher ou no homem é trabalhar e no final do mês receber o seu salário e levar comida pra sua casa. E nós vamos gerar emprego como fizemos da primeira vez. Ou seja, que foi gerado vinte milhões de empregos com carteira profissional vacinada.

00:32:25

Quando nós falamos sempre que vamos rediscutir as mudanças na na legislação trabalhista hoje a gente não quer votar o passado não. Mas a gente quer adequar o direito dos trabalhadores à realidade econômica de hoje.

00:32:38

As pessoas não podem trabalhar sem direito a descanso semanal remunerado, as pessoas não podem trabalhar sem seguridade social, as pessoas não podem trabalhar sem direito as férias. O que nós queremos é um país civilizado e eu estou muito a vontade porque eu nasci na minha vida política negociando.

00:32:55

Eu nasci fazendo greve negociando, eu nasci vivendo adversidade e quando eu peguei a presidência desse país muita gente importante nesse país achava que o país não ia dar certo.

00:33:06

Achava eu tive uma reunião com o presidente do FMI que eu dizia pra ele o seguinte olha eu não quero vocês cobrando o Brasil porque eu aprendi ter responsabilidade esse país aqui William esse país aqui que vivia de enganar o mundo quando eu assumi a presidência o Brasil foi o único país do G20

00:33:26

Que durante todo o período do nosso mandato a gente fez superávit primário. Então responsabilidade não precisa ninguém dizer porque eu as tenho. E eu sei que a gente só pode fazer as coisas se a economia estiver funcionando bem.

00:33:39

E eu sei que a economia só pode funcionando bem se eu não gastar mais do que eu recebo. Se eu tiver que fazer uma dívida eu tenho que fazer uma uma dívida pra construir um ativo

00:33:50

que possa ser rentável, que possa ter sabe? Garantia de melhorar a infraestrutura desse país que possa valorizar, sabe? O o recebível dessa obra. É assim que a gente faz. Deixa eu te falar uma coisa. O o o hoje você já parou pra pensar quanto que a dívida pública dos Estados Unidos? Quanto que é a dívida pública da Inglaterra? Quanto que

00:34:10

Viva Puca da Itália, quanto que é a diva pública do Japão? Olha, não tem problema você ter uma dívida se você tiver capacidade de fazer essa dívida pra fazer investimento e não pra fazer custeio.

00:34:22

E deixa eu te falar, se eu não acreditasse nisso eu não estava sendo candidato a presidente da república. Vamos ver o que aconteceu nesse período logo depois que o senhor eh o senhor teve dois mandatos, depois veio Dilma. Nós tivemos como o senhor descreve

00:34:36

Uma política voltada pra criar superávits primários, ou seja, a capacidade de pagar, de criar o superávit sem considerar o pagamento de dívida. Isto foi se deteriorando já no seu segundo mandato.

00:34:48

as propostas foi, são os números, eu não vou brigar com o IBGE. Mas me dê o número. Não, os números são. O senhor o senhor o senhor passou de três ponto cinco por cento de superávit primário pra um déficit de quatro e meio ao final do governo Dilma? Não, não, não é verdade. Essa essa é a gente. O que eu quero descrever

00:35:08

mostrar. O que eu quero descrever e a partir daí lhe perguntar é o seguinte a ideia de que o estado seria um grande indutor do crescimento através de volumosos investimentos e papel dos bancos públicos essa ideia acabou no maior desastre econômico brasileiro do século

00:35:28

Nenhum país que não esteve em guerra perdeu tanta renda como o Brasil perdeu ali entre dois mil e quatorze, quinze e dezesseis. Ou seja, a fórmula aparentemente

00:35:42

Não funcionou. William. O senhor vai insistir nela? Eu vou, deixa eu te contar uma coisa, eu vou investir na fórmula que foi um sucesso extraordinário. Eu vou separar o o data que você falou, vou pegar o meu mandato.

00:35:54

Ah eu vou lhe contar algumas coisas pra você saber. Quando eu cheguei na presidência da república o nosso fluxo de balanço ao comercial era cento e oito bilhões de dólares. Nós deixamos essa com quase quatrocentos e oitenta e dois bilhões de dólares. O nosso fluxo comercial que a Argentina era sete bilhões de dólares. Quando deixamos a presidência era trinta e nove bilhões de dólares.

00:36:14

Quando eu cheguei na presidência nós tínhamos trezentos e oitenta bilhões de reais de crédito em todos os bancos privados e bancos públicos. Quando eu deixei eram dois trilhões e setecentos bilhões. Porque esse país eu não cai num país capitalista que não tinha capital.

00:36:29

Sabe? Eh uma coisa importante que as pessoas não sabem é que o maior processo de capitalização da história do capitalismo no mundo foi feito a quê? Na cidade de São Paulo na sede da do Bovespa quando eu capitalizei a Petrobrás depois da descoberta do pré-sal.

00:36:46

Então esse país estava funcionando bem. A Dilma no primeiro ano cresceu quatro por cento. Depois cresceu dois ponto nove por cento. A crise mundial foi se agravando.

00:36:55

A Dilma percebeu que tinha que fazer. Nós fizemos a desoneração de quase quinhentos e quarenta bilhões. O que eu acho que foi um equívoco. Quando a Dilma tentou mudar ela mandou medida provisória tentando mudar o Congresso Nacional rejeitou. Desoneração é uma renúncia fiscal importante se você pretende manter

00:37:15

é importante se você fizer. Mas não houve. Em tempo de crise com contrapartida. No meu governo eu fiz quarenta e sete bilhões acertado entre patrão e sindicato. E depois o o o no governo da Dilma acho que foi feito quinhentos de quarenta bilhões e doze governos. O senhor não reviu nenhuma privatização do seu antecessor Fernando Henrique. Agora o senhor está falando

00:37:35

rever as privatizações do atual governo. Eu não falei, né? Privatização. O cara, eu vou ganhar as eleições. Eu preciso tomar pé das situação. Eu preciso saber que a necessidade primária desse país é dar comida pra esse povo.

00:37:49

Você está lembrado do meu discurso quando eu ganhei em dois mil e três. Se quando terminar o meu mandato todo brasileiro estiver tomando café, almoçando e jantando eu já cumpri a missão da minha vida.

00:37:59

E hoje nós temos trinta e três milhões de pessoas passando fome. Nós temos cento e cinco milhões de pessoas com algum problema de deficiência alimentar. E nós precisamos cuidar disso. Nós precisamos cuidar essas pessoas não podem viver de esmola. Eu já fiz uma vez e vou fazer com mais competência agora.

00:38:18

E vou montar um governo com muita gente da sociedade, muita gente importante. Quem quiser contribuir com esse país vai contribuir e nós vamos recuperar.

00:38:27

Nós vamos fazer muitas obra nesse país. O Minha Casa Minha Vida foi substituído por uma coisa chamada Casa Amarela. Até hoje não tem uma casa. A carteira de trabalho foi mudada por uma carteira verde e amarela. Não tem não tem não tem não tem o emprego. Ou seja

00:38:44

Está lá a maioria do emprego informal. Você sabe que tem quase que oitenta por cento da família devendo. E parte dessa dívida é com comida. É cartão de crédito.

00:38:54

Outra parte é com água, com luz, ou seja, isso pode ser resolvido por isso é que nós vamos fazer um programa de renegociar no varejo, renegociar com o banco pra dar a sociedade brasileira o direito de voltar outra vez a ser cidadãos e cidadãs respeitado. Há um setor importantíssimo da economia que é a hora da gente abordar agora

00:39:14

Que a produção de grãos e proteínas o Brasil se tornou um campeão uma enorme potência eh nesse setor. O senhor causou considerável irritação nesse setor que em boa parte forneceu apoio político ao seu principal adversário nessas eleições. Ao xingá-los.

00:39:34

Que que o senhor diria pra eles agora? Eu eu diria o seguinte nunca o agronegócio teve tanto financiamento como no governo do PT. Nunca. Você pode trazer eles aqui pra dizer.

00:39:49

O fato deles não gostarem do PT não é por falta de financiamento ele sabe que em dois mil e oito nós fizemos uma medida provisória chamado quatro três dois sabe o que renegociou a dívida deles praticamente setenta e cinco bilhões de dólares que se a gente não fizesse isso eles quebravam.

00:40:06

Nós financiarmos essas máquinas grandes que você vê na televisão a dois por cento de juro ao ano. Hoje eles estão pagando dezoito. O problema deles com o atual presidente não é por um problema de financiamento não. Porque ele sabe quantas viagens nós fizemos levando ele para poder melhorar a exportação.

00:40:25

O problema dele conosco hoje é porque ele sabe que no governo do PT não vai ter desmatamento na Amazônia. O senhor considera o agro responsável pelo desmatamento? Não, eu conheço as pessoas irresponsáveis do agro. Porque no agro tem muita gente que sabe

00:40:41

Que necessita produzir, que tem que ter uma política de preservação ambiental que tem que respeitar a questão, sabe? Do clima, porque o mundo comercial

00:40:51

vai cobrar do Brasil. Então você tem muita gente responsável que cuida do meio ambiente, que está tentando preservar, que não quer fazer invasão no Pantanal, que não quer invasão e nenhum biama, muito menos na floresta, sabe? Amazônica. Então essa gente vai continuar trabalhando e essa gente conosco ganhou muito dinheiro.

00:41:11

Qual é o problema dele? O problema dele é que o Bolsonaro resolveu sabe dizer pra eles que ia acabar com invasão de terra. Sabe o que que acabou com a invasão de terra? Porque os sem-terra estão produzindo. Você sabe quanto que nós disponibilizamos pra fazer reforma agrária William? Você tem noção?

00:41:27

Nós disponibilizamos cinquenta e dois milhões de hectares para fazer assentamento. E agora obviamente com isso aí terra estão produzindo. Estão criando muitas cooperativas e estão produzindo o bem.

00:41:40

Olha você tem o agronegócio uma parte dele que não vota no PT como você tem outra parte que vota. Você tem pequeno produtor que vota e tem outro que não vota. Olha o nosso problema é que a agricultura é imprescindível para o Brasil nesse instante. O agronegócio é importante não é de hoje. Ele é muito

00:42:00

Portanto há muito tempo e Deus queira que o Brasil cresça tanto que chegue a desbancar os Estados Unidos. Agora tudo isso é possível produzir sem a quantidade de agrotóxicos que está sendo utilizado e tudo isso é possível produzir sem invadir nenhum bioma que nós precisamos preservar.

00:42:17

Há uma ligação óbvia entre a atividade agrícola e o meio ambiente. Hoje essa segunda-feira aqui em São Paulo eh registramos a reconciliação entre o senhor e a sua ex-ministra do meio ambiente Marina Silva. Foi uma dolorosa separação.

00:42:33

Com acusações severas de parte a parte e palavras nada bonitas de parte a parte. A reconciliação vem junto de uma série de exigências que Marina Silva faz pra lhe prestar apoio político.

00:42:47

Entre elas demarcação de terras indígenas, demarcação de quilombolas que são questões políticas que tem gerado enorme conflito social. Como é que o senhor pretende lidar com isso que são assuntos importantes pro agronegócio? Primeiro deixa eu dizer pra você bem tranquilo. Ou seja, eu tenho consciência que foi no nosso governo

00:43:06

Que nós fizemos a maior

00:43:09

quantidade de reservas de proteção ambiental que foi a maior quantidade de legalização de demarcação de terras indígenas e que foi a maior quantidade de demarcação de terras que não que é o que leva ao agronegócio a Bolsonaro veja mas deixa nós vamos ter que fazer gente lamentavelmente sabe quando eu resolvi

00:43:29

Sabe brigar pra que a gente legalizasse Raposa Serra do Sol eu sabia que eu ia perder apoio sabe? Lá no estado de Roraima eu sabia mas veja você tem que fazer opção

00:43:41

Os quilombolas tem direito a ter suas terra demarcada. Essa gente são sabe gente que foi filho de herdeiro de escravo dessa gente. Pra ser tratada com decência. O vídeo não pode ser tratado de vítima de garimpo. Tudo tem jeito. Agora é importante que as pessoas saibam que nós sempre vamos governar pra todos.

00:44:01

Mas o mais necessitados terão a nossa preferência no tratamento. E aí tem empresários grandes na área da agricultura que se comporta dignamente e que produz e que vende e que exporta e que respeita. Sabe? Quem não quiser respeitar a paciência.

00:44:17

A lei existe pra pessoa ser punido. Nós vamos ter que cuidar da nossas fronteiras. São quase dezesseis milhões de quilômetros de fronteira seca. São mais oito mil quilômetro de fronteira, sabe? Marítimo, atlético. Nós vamos ter que cuidar disso. Por isso nós vamos ter que cuidar da polícia federal, vamos ter que cuidar da inteligência, vamos ter que saber qual é o papel das forças armadas

00:44:37

Fronteira. Como é que nós vamos combater o narcotráfico? Como é que nós vamos combater? Bom tráfico de arma não tem que combater mais porque é o presidente legalizou. Aí o presidente pensa que quem está comprando arma é o coroinha da igreja.

00:44:50

É o pastor não. Quem está comprando arma é o crime organizado. Legalizado pelo presidente da república. Nós estamos com um problema sério lá fora hoje quando a gente fala de meio ambiente, fala de possibilidade de exportação em nossos mercados. O Brasil tem sido violentamente criticado lá fora por políticas ambientais.

00:45:07

Quanto disso é protecionismo de nossos competidores? E quanto disso o senhor atribui como críticas corretas ao que foi feito ou não foi feito? Oh William a questão climática é uma questão séria a toda a humanidade não é mais uma questão

00:45:24

Sabe de bicho grilo como era trinta anos atrás. É uma questão muito séria. E o Brasil não vai abrir mão nunca da soberania do nosso território do nosso território. Acontece que você pode compartilhar

00:45:38

A exploração científica de uma terra imensamente grande com uma biodiversidade fantástica e você pode tirar proveito disso até para fazer crescer segmentos industriais na área de fábrico, na área de de cosméticos e sabe gerar emprego pra cada gente que trabalha lá.

00:45:58

Então veja nós nós vamos conversar com o mundo. O acordo Brasil, Alemanha e Noruega foi feito no meu governo. Quando nós fomos na COP quinze em Copenhager ou dessa coisa é importante dizer. Nós assumimos o compromisso e diminuímos o desmatamento em oitenta por cento e nós fomos o único país a aumentar

00:46:17

Sabe a não emissão de gado efeito estufa. Compromisso assumido por nós. Você tem alguma medida de impacto pro público exterior já na sua cabeça? Deixa eu lhe falar. Eu não sei se você se lembra faz pouco tempo que eu fui à Alemanha e fui recebido pelo chanceler alemão.

00:46:32

Fui recebido pelo presidente Macron e foi rescendido pelo presidente Pedro Chanches na na na na Espanha. Eu acho que a a uma das coisas que eu pretendo fazer

00:46:44

Ganhando as eleições é reestabelecer essa relação internacional pra duas coisas, pra que a gente possa discutir a questão do clima com mais seriedade. Eu estou

00:46:54

Sabe disposto a continuar a briga que eu fiz quando era presidente pra gente mudar e aumentar a governança nas Nações Unidas a gente não pode continuar com o Conselho de Segurança representado pela geopolítica da Segunda Guerra Mundial é preciso entrar país africano? É preciso entrar país latino-americano, é preciso entrar Alemanha, é preciso entrar a Índia

00:47:13

Para que a gente possa ir se tratando da questão climática quando a gente tomar uma decisão ela seja definitiva e a gente não tenha que levar pra discutir dentro do estado nacional porque senão não funciona. Então eu pretendo eu pretendo viajar pra discutir primeiro a questão de investimento externo. E eu tenho certeza

00:47:33

Tenho certeza eu vou falar olhando nos olhos do povo brasileiro que nesse momento na história do Brasil ninguém tem a credibilidade de visitar o exterior e fazer acordo de investimento no Brasil do que nós. Nós vamos convencer.

00:47:49

As pessoas de que o Brasil é um bom negócio para fazerem investimento novo. Não para vender empresas públicas. O senhor está comendo um novo assunto, nós vamos abordar. Eu não quero é cortar o seu raciocínio. Então vou pedir-lhe sua licença. Nós vamos a um breve intervalo.

00:48:03

E voltamos daqui um pouquinho dá tempo do senhor tomar. Muito bem. A água. A gente vem daqui a instantes de volta do intervalo. Estamos entrevistando o candidato a presidência pelo PT Luiz Inácio Lula da Silva. Até já.

00:48:13

WWW presidenciáveis voltando do intervalo e prosseguindo a nossa conversa com o candidato a presidência da república pelo PT

00:48:31

Luís Inácio Lula da Silva. Outra coisa que mudou muito nesse mundo foi a situação internacional. O senhor fez uma das figuras de linguagem as quais o senhor sempre recorre falando que a questão por exemplo da agressão da Rússia contra a Ucrânia poderia eventualmente ser resolvida numa cervejinha com uma bebida social.

00:48:50

Lá bebe-se vodka e é uma garrafa por participante. Encararia isso? Não. Agora vamos ao assunto. Nós voltamos pra trás de mil novecentos e oitenta e nove. Nós estamos hoje com blocos de força. E o mundo multilateral ao qual o senhor pouco

00:49:09

Eh fez elogios? Deixou de existir. Onde é que está o Brasil nesse meio? Olha o Brasil desapareceu. E o Brasil tem que voltar. Veja uma coisa importante Willian que o Brasil não tem contencioso internacional.

00:49:24

Quem criou o corpo ansioso é a atual presidente que não gosta de ninguém, que não quer conversar com ninguém, que vê o presidente da França aqui, ele vai cortar a barba pra não receber o cara, ofende a mulher do presidente, ou seja, é um

00:49:37

Uma paranoia deixa eu lhe falar uma coisa. Quando a gente é chefe de estado a gente não escolhe amigo pra conversar. Eu não tenho contencioso com ninguém.

00:49:49

sabe? O Brasil precisa estar muito bem com os Estados Unidos, o Brasil precisa estar muito bem com a China, o Brasil tem que estar muito bem com a União Europeia. O Brasil tem que estar muito bem com a América Latina. O Brasil precisa estar bem com a África. Nós vamos voltar a fazer uma política, sabe? De de de de investimento diplomático

00:50:09

Assumiu vinte anos atrás. A China era uma potência comercial. Hoje ela quer ser uma superpotência que desafia os Estados Unidos. Ela já é a maior parceira comercial da Argentina. Como é que o senhor vai manobrar nesse mundo monstros? Nós não queremos entrar na Segunda Guerra Fria.

00:50:28

Já estamos. Nós não queremos entrar nascer disputar quem é melhor se a China ou dos Estados Unidos não que nós queremos discutir é qual é o papel do Brasil.

00:50:36

Por isso que é extremamente importante o Brasil se juntar junto com a Europa e junto com a América Latina pra que a gente crie um bloco capaz de sentar numa mesa com força pra isso o senhor precisa gastar. Eu vou lhe contar uma coisa pra mim a União Europeia simboliza eu diria um patrimô

00:50:56

Da democracia. Entretanto eu acho que a União Europeia cometeu um equívoco em ceder facilmente na questão da guerra interrupta é Ucrânia. Era preciso que a União Europeia fosse o pêndulo pra evitar que houvesse a guerra. Era preciso mais conversa, era preciso mais seriedade, era preciso

00:51:14

Eu eu vejo pouca gente falar em paz de muita gente falar em vender armas quando eu tinha apenas vinte dia de presidência nesse país eu estava no Equador quando nós resolvemos criar um grupo de amigos para construir o referendo na Venezuela e nós construímos sabe com quem? Com Collen Power

00:51:34

Celso Amorim fizeram parte de um grupo de trabalho criado pelo Brasil contra a vontade do Chaves que achava que a gente não devia participar dos Estados Unidos e participaram.

00:51:46

o que o Brasil tem que fazer é o seguinte, o Brasil tem que se fazer respeitar, o Brasil tem que se fazer valer enquanto um país grande, enquanto um país potência maior do mundo na questão climática, isso tem um valor incomensurável hoje William. Então pode ficar certo o seguinte, você vai voltar a ter orgulho da redação

00:52:06

Do Brasil. Pra gente voltar a ter orgulho da situação internacional do Brasil a gente precisa dum mínimo de capacidade de projeção de poder. Não temos nenhuma. Você constrói o o o é o seguinte. Ãh eu fui presidente oito ano nesse país.

00:52:23

Ah eu fui convidado a participar sete vezes do G oito e o Brasil foi o país que ajudou a construir o G vinte. Você você precisa se fazer respeitar. Ninguém gosta de lambe bota. Ninguém gosta de puxa saco. Ninguém gosta de gente subserviente.

00:52:42

Você vai respeitar na hora que você sabe tiver representando o seu povo lá fora.

00:52:48

E nós vamos fazer sem ser prepotente eu vou repetir uma frase do do Chico Buarque pra falar do governo do PT. O Chico Buarque falava o seguinte eu gosto do governo do PP porque não fala fino com os Estados Unidos nem fala grosso com a Venezuela. É assim que a gente vai ser.

00:53:05

Falando igual pra todo mundo respeitando e exigindo o respeito. Minha última pergunta o senhor ganhando a eleição vai assumir um país eh conturbado por uma inédita. Violência verbal

00:53:21

Troca de pauladas aparentemente sem limites e altamente polarizado. E o senhor assumindo vai encontrar uma oposição aguerrida. Como a gente talvez não tenha visto no país. Comandada por um líder

00:53:39

que provavelmente terá problemas com a justiça. Pra pacificar o país o senhor anistiaria o presidente Jair Bolsonaro? Primeiro nós tivemos um pouco isso dessa violência no tempo da luta entre os comunistas e integralistas aqui em São Paulo que trocavam tiro na avenida São João.

00:53:56

Desde que eu comecei a fazer política eu nunca tinha visto, nunca assisti e disputei todas as eleições eu nunca tinha visto um um um um uma um comportamento incivilizado como eu estou vendo agora.

00:54:11

Sabe já houve duas mortes em dois mil e dezoito, já houve tiro, já houve bomba no meu escritório, já houve duas morte agora. Semana passada mataram mais um cidadão. Você viu a humilhação que tentaram fazer uma moça com a cesta básica? Deixa deixa eu te dizer uma coisa. Ah você não vai querer presidir o país.

00:54:30

Pra tentar instigar, sabe? A confusão. Ou seja, esse país precisa de paz. Para crescer. Esse país precisa de paz para melhorar e quem pode fazer isso é o presidente da república. É o comportamento dele que dita um pouco a regra do que vai acontecer na sociedade.

00:54:48

E esse atual presidente ele vive disso. Ele vive de provocar. Ele vive de instigar. Ele vive de desrespeitar. Ele vive de ofender ministro da suprema corte. Eu só fico preocupado com o seu tempo. Não eu não faço isso. Eu acho que nós vamos tentar ganhar as eleições para reconstruir a paz nesse país.

00:55:06

Para que a família brasileira possa viver bem e voltar a ter esperança. É pra isso que nós vamos ganhar posso considerar essas suas observações finais o seguinte, olhe.

00:55:20

Ah esse país precisa efetivamente de muita paz pra voltar a crescer. Pras pessoas viverem bem. Eu eu falo eu não quero governar o Brasil. Eu quero cuidar do Brasil. Eu quero cuidar do povo brasileiro e é isso que nós vamos fazer a partir de primeiro de janeiro.

00:55:36

Muito obrigado pela sua presença, pela participação aqui no WWW presidenciáveis e boa noite. Obrigado a você, mas foi muito rápido que eu nunca vi cinquenta minuto passar tão rápido. Bem, obrigado, boa noite, obrigado e até a próxima.

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WWW presidenciáveis termina aqui CNN e você por dentro de tudo, boa noite, estamos de volta amanhã.

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